sábado, 27 de setembro de 2014

Poesia em sala de aula


       Para Kirinus (2008), a criança desde os seus primeiros meses de vida, entra em contato com literatura e poesia. Ao ser inserido na escola, aluno passa a construir um conhecimento técnico, científico e literário. Logo, tal conhecimento passa do fantasioso (imaginário) para o real – isso não quer dizer que o aluno não expressará seus pensamentos através do imaginário: ele terá mais possibilidades de expressá-los, tanto no fantasioso, quanto no verbal, seja através da palavra ou de gestos, pois a poesia engloba vários itens para a comunicação. Sobre isso, a autora afirma (2008, p. 44):

A criança, à maneira do poeta, cria um mundo próprio, um mundo supra real onde investe energia criativa na construção, extensão e realização dos seus desejos. Ela tem consciência do seu ‘faz-de-conta’, sabe diferenciar o real e o imaginário, mas transita naturalmente entre os dois (...).




A aprendizagem do aluno é processual: do simples ao complexo. E para ensinar, é preciso que o professor tenha paciência e insistência. Através da poesia, a leitura se torna viva, além de zelar pelo esforço da compreensão do indivíduo que a lê. Ela cria um afeto pela linguagem, pela leitura e pela palavra, pois ao ler, firma-se um relacionamento com a obra e o leitor, a até mesmo com o autor e leitor. Por esse motivo, a escola não pode fragmentar o saber, nem tampouco o professor deve ser distante, frio. Ele está amparado pelo programa a ser seguido, entretanto, não pode ser difusor de um ensino movido por migalhas.
A poesia engloba o aspecto da diversidade, adentrando no mundo próprio do leitor e no mundo do outro, funcionando como um acontecimento humano, portanto, a escola, que é uma instituição social de ensino, deve aceitar a diversidade como um todo, seja social cultural e/ou poética. Logo, o ato de ler é uma forma de comunicação e absorção do conhecimento individual e sociocultural. A expressividade e a demonstração do sentimento através da língua se dá com a união de Literatura e Língua Portuguesa. Tudo é questão de poesia.



O indivíduo se depara com a poesia diariamente: ao escutar uma música que lhe se desperta emoções, assim como em uma imagem, em uma pessoa, até mesmo em um sorriso, pois como foi dito, ela pode estar presente em tudo, ou seja, sem o ser humano não existe poesia, ele é o seu autor, pois a sente.
Na sala de aula, tratando-se de poesia, é importante trabalhar com diferentes linguagens, sempre partindo do lúdico – do fácil para o mais difícil – a fim de atingir a maturidade linguística dos alunos a partir das linguagens verbal e não verbal. Dessa forma, o aluno estará dedicando a sua infância/adolescência e o professor a sua juventude e vida profissional ao propósito da difusão de conhecimento da língua, da comunidade e da cultura, em todos os aspectos, visto que a poesia não tem idade.


KIRINUS, Glória: Criança e poesia na pedagogia de Freinet. 3. ed. São Paulo:                  Paulinas, 2008.

         Texto escrito por: Ana Paula da Silva Castelo, Carla Caroline de Souza de Oliveira e Wilcilene Pena de Araújo.





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